[31 Gaems] Streets of Rage 2: Ruas da Treta
Não tem como eu falar de Streets of Rage 2 sem contar um pouco o que esse jogo significou pra mim durante a minha infância. Quando eu era bem gurizinho, lá pelos idos de 1992, ganhei meu primeiro videogame. Um Turbo Game da CCE, que era basicamente um clone nacional do Nintendinho. Posso dizer que depois disso eu só pensava em videogames, falava de videogames e, bem, jogava videogames. Isso aconteceu com mais da metade da molecada da minha turma de escola.Um certo dia fui na casa de um colega meu e, chegando lá, vi algo extremamente FODA: UM MEGA DRIVE! Peguei os cartuchos dele vi duas coisas que me fizeram aloprar. O primeiro foi Shadow Dancer e o segundo... Streets of Rage! (É GALERA, A PRINCIPIO EU CAGUEI E ANDEI PRO SONIC!)Fiz o guri ligar o videogame pra eu jogar e lembro de não ter largado o controle em momento algum. Eu, com toda educação do mundo, permaneci lá jogando o videogame dele e nem sequer mantive uma conversa com ele enquanto jogava. Bom, eu sei que sai de lá querendo muito um Mega Drive.


Leia mais em:Streets of Rage: A queda do muro que separava os jogos e o mundo
Os gráficos são bonitões, os bonecos são grandes e bem detalhados. A animação é meio travadona mas acho que da até um certo charme na coisa toda, deixando o destaque mesmo para os cenários, que são extremamente detalhados. Tem até uma fase com um cenário inspirado naqueles interiores melecosos do filme Alien, com direito até aos ovinhos dos aliens pra você socar e pegar itens. Claro que para "fazer sentido" essa fase se passa num parque de diversões. Olha que eu nem me espantaria de ver isso no jogo como sendo algo "real", já que na penúltima e na última fase você enfrenta até robôs.Em suma, posso dizer que Streets of Rage 2 me fez entender o que eram 16-bits nos videogames. Não somente ele, mas diversos outros jogos de sua geração e dos 8-bits tiveram um grande impacto em minha vida e na maneira como vejo os jogos. Para mim a arte do videogame está na simplicidade das mecânicas, que podem fazer com que a mais simples das ações, como pressionar um botão e ver um personagem pular, possa ser algo de imensa satisfação. Esse pensamento que permeia os clássicos continua sendo a base para o desenvolvimento dos meus próprios jogos e espero que eles consigam trazer diversão da mesma maneira que os jogos do passado me trouxeram.Sobre o Autor

**
31 Gaems é uma série de 31 textos, escritos por 31 autores, sobre 31 jogos. Além da publicação no Overloadr, os ensaios também farão parte do app/zine Glitch Gazette, em desenvolvimento pelo André Asai, do Loud Noises, que busca no Indiegogo arrecadações para financiar o projeto. Leia os outros ensaios do 31 Gaems já publicados no Overloadr:
Super Metroid – simulador de sobrevivência solitária – Thais WeillerSuper Mario Bros. 3 – entretenimento e magia – Marcos VenturelliWe Love Katamari – mas eu amo um pouquinho mais que você – Karen “bitmOO”Warcraft III – herói sem luzinha – Lucas MolinaA densa névoa de Kentucky Route Zero - George Schall